Já cheguei a acreditar que deixando ir sem implorar para que fique, sem gritar aos quatro cantos a dor que sentimos, as possibilidades de um retorno seriam maiores, mas com o tempo, e conhecendo um pouco as necessidades da nossa alma em ter que continuar a qualquer custo, fui aprendendo que sentimentos não são negociáveis, e, quem nos ama verdadeiramente sente a nossa falta sim, e não precisamos estar longe para comprovarmos isso.
Aprendi delicadamente que é preciso maturidade para entendermos a intenção de alguém quando decide ir, e que, por mais intenso que seja o nosso amor, não podemos forçar ninguém a estar do nosso lado quando dentro do seu coração não há espaço pra nós. Hoje, um pouco mais crescidinha, e sem tempo para o que não me edifica cheguei a seguinte conclusão: o amor é lindo e puro, o ser humano é inconstante e complicado. Em toda e qualquer relação se não houver reciprocidade, não haverá respeito, não haverá cura, não haverá paz, não haverá segurança.
Se não houver Deus trabalhando não haverá uma construção sincera de lealdade e cumplicidade. Portanto, seja no namoro ou amizade, não se sujeite a uma relação que te tira a liberdade de ser quem você é, que te rouba totalmente a vontade de lutar por você e pelos seus sonhos, que te faz abandonar pessoas queridas, que te desequilibra na fé.
Não se submeta a ameaças afetivas, daquelas que te diminui, que te faz sentir culpa, que te maltrata, que te faz pensar que o seu mundo gira em torno de uma só pessoa. O amor não aceita ser confundido, e, ninguém, por mais que ame sobrevive ao descaso de alguém se não souber se cuidar, se não se fortalecer, se não aprender a se amar. Para cada coração o Senhor prepara um outro, saiba esperar, o perfeito para sua vida virá.
Cecilia Sfalsin
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