Eu não vou bancar de santa com vocês, até mesmo porque é bom falarmos daquilo que deu certo pra gente, é bom notarmos que houve mudanças precisas em nós, é bom testificarmos que crescemos e reconhecermos que realmente os resultados após eles foram excelentes.
Mas, em outros tempos eu também não levava desaforo pra casa, nem dava a outra face pra ninguém bater, eu também não deixava barato quando alguém me ofendia, nem engolia a seco a arrogância de quem se virava contra mim, e, aparentemente isso me fortalecia, me elevava, mas só aparentemente, um tempinho depois eu me culpava por ter sido tão fraca, mesmo que para alguns eu parecia sincera e otimista.
Não, não vale a pena bater de frente com a maldade ou medir força com pessoas ruins. Não é legal a gente tentar resolver uma questão mal resolvida no grito, ou querer prejudicar o outro pelo mal que nos causou, não é benéfico pra ninguém remoer mágoas, ou ficar o tempo todo torcendo para que o outro não se realize em nada na vida só para soltarmos um "bem feito bem grande", aliás, nada que não nos edifica faz bem.
Ás vezes, e quase sempre, calar é preciso. Refletir, colocar a cabeça no lugar, vencer o nosso ego e insatisfação também. Não perdemos com isso, não nos tornamos fracos ou covardes, pelo contrário, se dominar diante de um alguém que tenta nos arruinar por dentro é divino. Eu disse divino, valoroso, digno, sensato, não fácil.
As coisas mudam quando a gente decide mudar. E, quando somos indiferentes ao que vem para nos ofender, humilhar, derrubar, damos um show de superação pra vida, reorganizamos os nossos sentimentos, crescemos, e aprendemos que nada é tão mais precioso que a nossa paz, o nosso bem estar, a nossa essência. Tudo se resolve a maneira de Deus quando decidimos nele confiar.
Cecilia Sfalsin
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