Tenho minhas despedidas particulares, aquelas não contadas que a gente sai devagar, sem fazer barulhos ou sem ferir ninguém. Um certo distanciamento preciso quando o lugar não me cabe mais, ou quando a minha presença já não é tão importante, nem valorizada.
Tenho essa forma de não sofrer demais quando o meu coração se sente triste e sufocado pela não reciprocidade de alguém, mas isso só acontece depois de muitas insistências e tentativas.
Isso só acontece quando me dou conta de que o tempo está passando e nada de novo e interessante está acontecendo.
Isso só acontece mesmo, quando a minha alma por si mesma diz: basta pela dor da insistência. Alguém vai dizer: você tem que saber compreender o outro, você tem que entender que o outro também tem seus dias ruins, e concordo absolutamente, mas até o limite que isso não interfira na nossa autoestima, e atinja covardemente o nosso amor-próprio e a nossa auto consideração.
Quando isso começa a acontecer, precisamos urgentemente nos salvar desses inícios, e nos proteger dessas sementes amargas que o desinteresse do outro tenta plantar em nós. A gente não deixa de amar, a gente deixa de priorizar, e passa a se preocupar mais com o nosso coração que até então ficava no campo de reserva a espera de um tempo pra si.
Confesso a você que nem sempre ficamos bem com essas escolhas, mas pior ficamos quando fazemos de conta que esta tudo normal, entrelaçados a um sentimento que só pulsa dentro de nós.
Cecilia Sfalsin
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