Ao receber o novo ano que chega, quero olhar para trás só para me despedir do passado e seguir de cabeça erguida. Quero rever os meus erros sem me culpar por eles e tentar de alguma maneira não levar em conta as vezes que, por excessos ou pelas expectativas criadas dentro de um cenário tão real desmereci os meus sentimentos e ignorei o meu coração. Quero abraçar o novo como se fosse o meu primeiro dia de vida, e trazer á minha memória tudo aquilo que me dá esperança mesmo que as circunstâncias não me sejam tão favoráveis.
Quero fechar os meus olhos e lembrar, não com dor, nem arrependimento, mas com aquela sensação de dever cumprido de que dei o meu melhor a quem merecia, e a quem não merecia também. Essa a minha identidade, essa sou eu, e ser de verdade vale muito a pena sim. Quero carregar comigo o bem feito, o amor doado, a mão estendida, os bons amigos, e as lições que tirei de cada desafio, de cada situação, de cada não recebido da vida, e de cada decepção.
Quero seguir deixando com aqueles que me fizeram mal o meu perdão e o meu muito obrigada por me ensinarem tanto, através de suas atitudes covardes, sobre valores, confiança, e respeito.
Com aqueles que me fizeram bem, que torceram por mim, que gritaram mais um, que me carregaram no colo quando os meus pés se cansaram, que me foram leais e verdadeiros, deixo a minha gratidão embrulhada de fé, e um simples conselho: primeiro Deus, depois você, nessa ordem.
Que 2021 seja de mudanças necessárias e portas abertas pra nós. Que as grandes oportunidades nos acompanhem, que as coisas boas nos aconteçam, que corações bem intencionados nos acolham, e que a gente coloque em prática tudo que aprendemos no ano anterior que nos ajeitou demais por dentro, sobretudo, que a gente faça o que for possível para não cometer os mesmos erros outra vez. O ano termina, e é a gente que nasce outra vez.
Cecilia Sfalsin