As quedas, por mais doídas que sejam, também são reveladoras e muitas vezes necessárias
Cecilia sfalsin
16:03:00
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Eu já tive os meus dias de glória humanamente falando, aonde o meu maior prazer era pagar o cafezinho de todos, aonde a minha maior satisfação era ficar de mãos estendidas para quem precisasse, e a minha maior alegria era poder presentear os amigos com o melhor que eu tinha.
Eu me garantia em muitas amizades, afinal, eu estava no meu "melhor momento" e tinha o que oferecer. Não me arrependo disto, não me arrependo de ter ajudado alguém ou de ter feito o bem, só me arrependo de não ter olhado para vida com mais cautela, e de não ter ouvido a voz do Senhor quando muitas vezes ele tentou me dizer: Vigia, há lobos vestidos de ovelhas, há aqueles que te amam e há aqueles que só arrastam o sorriso pra você por interesse.
Há aqueles que vão com você até o fim, na alegria ou na tristeza, mas também há aqueles que soltarão a sua mão quando você estiver de nariz no chão, sem nada, só com um coração ferido precisando de um ombro amigo. A gente erra por não acreditar que o mal existe e infelizmente a gente quebra a cara por pensar que gente ruim e sem amor não existe também.
Quando eu me vi em um beco sem saída, eu me vi abandonada por muitos que um dia eu dediquei o meu tempo, o meu respeito e cuidado. A gente não imagina que no outro dia um vento forte pode soprar, nem espera que o teto caia sobre a nossa cabeça, e quando isto acontece é como se tudo que construíssemos desmoronasse em nós e nos enterrasse vivos sem direito a um só grito, apenas uma dor inexplicável na alma.
Hoje eu sei o que é cair, e o que é se levantar sem olhar para trás, mas primeiro eu precisei aprender que nesta vida não podemos contar com todos, e, o único que não nos deixa só em hipótese alguma é Deus. Aprendi também que para seguirmos em frente é necessário deixarmos para trás o que não foi bom, e perdoarmos quem pouco se importou.
Além de aprender tudo isto, estou crescendo dia após dia e me reconstruindo aos poucos. Os erros de ontem não cometo mais. As quedas, por mais doídas que sejam, também são reveladoras e muitas vezes necessárias. Mas isto, só entenderemos no processo de cura e no caminho dos recomeços brilhantes.
Cecilia Sfalsin