Sou bem seletiva, já disse isto várias vezes, e  sou um tanto que reservada também. Tenho minhas privacidades, gosto da minha liberdade de ir e vir, e não me adapto a pessoas invasivas, que costumo chamar de  GPS humano. 

Tudo nesta vida tem limites, e, amizades sadias não roubam o nosso espaço, não nos sufocam, não nos perseguem o dia todo pedindo contas do que fizemos, com quem tivemos, nem  o porque não ligamos, não demos um oi, não curtimos sua fotinha na rede social, não marcamos presença, não viramos de cambalhota e etc. 

Acredito que tudo que nos deixa bem, nos faz agir sem obrigações. Sentimentos espontâneos são mais bonitos, e, quando realmente há uma segurança e um laço verdadeiro tudo acontece pelo coração e não por cobranças que pra mim são super desnecessárias. 

A vida  já nos traz muitas responsabilidades, e muitas vezes precisamos ter o nosso tempo para nos ajeitarmos sem ter um 0800 no perturbando, nos questionando, nos fazendo acreditar que estamos presos a alguém que parece não fazer nada em sua vida a não ser nos vigiar ou controlar as outras amizades que fazemos que é super chato. 

Amizade bacana traz descanso, traz confiança e sabe exatamente nos cuidar sem apertar. Já tive o desprazer de amizades assim, obsessivas,  e confesso a você que não foi legal, tanto que me afastei de muitas não por não gostar ou amar, mas por me sentir escrava de um sentimento doentio e cheio de não me toques, por me sentir invadida quando eu queria resolver minhas questões sem gente chata dando pitaco, quando eu queria apenas ser livre e por esta razão algumas até se viraram contra mim.

 Há quem diga por ai que amigo é só Deus, concordo absolutamente que Ele é nosso melhor e mais fiel amigo, mas ele nos apresenta pessoas capacitadas a andar lado a lado com a gente sem nos colocar contra a parede, ele nos presenteia, e eu sou dessas que tenho sim, amigos maravilhosos que mal conversamos as vezes, mas quando a gente tira o dia para esbanjar reciprocidades, sai debaixo que o papo é cerrado e as novidades são as mais interessantes possíveis, além do amor doado...

Cecilia Sfalsin

Não tenho mais tempo nem paciência para coisas cheias de não me toques. Não me desgasto mais com pessoas negativas e insensatas, e, estou pouco me importando com deduções alheias infrutíferas e cheias de infecções emocionais. 

Na verdade cheguei ao limite do tanto faz, e estou seriamente pensando mais em mim e naquilo que realmente me edifica, me transborda e me transforma, ao invés de me envolver com abismos criados pela imaginação dos outros. 

Quando a gente quer a gente consegue, clichêsinho básico, mas com um poder enorme de nos fazer bem, e principalmente, de nos fazer reconhecer em nós uma força tamanha que até então achávamos que não tinhamos, e, por esse motivo muitas oportunidades passaram bem debaixo do nosso nariz, PASSARAM, e nos deixaram para trás. 

Quando eu digo a você que a gente deve se cuidar, não estou dizendo que devemos nos fechar em um mundo só nosso e negarmos tudo de bonito que a gente já viveu e ainda vive, não estou te aconselhando a abandonar sonhos, pessoas, ou até mesmo seus objetivos futuros, só quero apenas te fazer entender que tem coisas em nossa vida que merecem e precisam urgentemente serem priorizadas por nós, para que as outras dêem certo, e uma delas é a vontade de Deus. 

É ela que nos faz ter certezas do que realmente vale a pena carregar, valorizar, investir e usufruir, é ela que nos faz ser independentes de qualquer afeto não doado, é Ela que nos mantém de pé e capacitados a enfrentar situações adversas que muitas vezes surgem para tirar o nosso chão. 

Quando entramos nessa vontade somos protegidos daquelas que só nos maltratam, e abrimos a nossa visão para as maravilhas do por vir. 

Aprendemos a esperar o tempo certo para todas as coisas, começamos a nos cuidar, descobrimos que o que faz diferença em nossa vida é o modo como nos permitimos vivo, são os sentimentos que nos permitimos guardar ou rejeitar, são as nossas escolhas mediante a tudo que dize respeito ao nosso coração.

Cecilia Sfalsin